A Língua Portuguesa não é uma língua morta.
Croissant - É vulgar encontrá-lo em qualquer padaria, pastelaria ou salão de chá: uma espécie de pão doce gostoso, mais ou menos folhado, que faz as delícias de miúdos e graúdos.
Acontece que croissant é uma palavra francesa; não se trata sequer de um galicismo, uma vez que grafia não foi adaptada ao português. Por tal, urge fazê-lo.
Croissant, em francês, significa crescente, por se assemelhar à lua nessa fase. O mais lógico seria chamar o bolo assim, mas "crescente" não é propriamente uma palavra foneticamente apelativa. Boa hipótese seria chamar ao bolo meia-lua, mas infelizmente essa opção já está reservada à Dan Cake para o seu meio-bolo marmoreado.
Voltemos então à estaca zero: os franceses chegaram ao nome por meio de comparação, por semelhança; o nome português deverá então seguir a mesma linha de raciocínio.
O Grande Chefe Turmam, acompanhado pela sua vastíssima equipa de peritos, propõe:
Croissant au Fromage = Navalheira com Queijo
Croissant Mélangé = Navalheira Mista
ou simplesmente
Croissant = Navalheira
A Língua Portuguesa não é uma língua morta.
Pen-drive - Este objecto chegou à nossa vida para ficar. Leve e pequeno, adquiriu rapidamente estatuto preferencial entre os dispositivos de armazenamento de memória.
Urge, portanto, dar-lhe um nome português. A designação caneta de memória, tradução quase literal do Inglês, tem-se revelado pouco prática no discurso coloquial e persiste, como sabemos, a denominação inglesa.
O nome anglo-saxónico pen resulta certamente da sua semelhança com o objecto escrevente; mas hoje, o dispositivo assemelha-se a tudo menos a uma caneta. Já pareceu um marcador fluorescente, depois ficou do tamanho de um isqueiro. Agora, tem formato de pastilhas elásticas. Mas não dumas quaisquer: não se parecem com Trident, nem com Chiclets; parecem as Gorila, paralelipipédicas e rijas.
O Grande Chefe Turmam, acompanhado pela sua vastíssima equipa de peritos, propõe:
Pen Drive = Gorila de Memória
ou simplesmente
Pen = Gorila
Recentemente, temos assistido a um a invasão de vocábulos estrangeiros que, por muitas vezes se utilizarem em vez do vocábulo vernáculo, ofendem a Língua Portuguesa. O caso torna-se menos grave quando o vocábulo estrangeiro não dispõe de equivalente em português; aí, a solução passa pelo seu aportuguesamento.
A Língua Portuguesa não é uma língua morta.
Assim sendo, temos duas opções: fazendo do p final uma letra muda, transformamos kê-tsiap em queicha ou queissa.
Sendo queicha demasiado parecido com queixa (acto de queixar), o Grande Chefe Turmam, acompanhado pela sua vastíssima equipa de peritos, propõe a segunda hipótese, queissa, que naturalmente evolui para queiça (como em Seiça).
Tomato Ketchup = Queiça de Tomate
ou simplesmente
Ketchup = Queiça