Pomada Indiana

A carta vinha sem selo, pelo que terá sido depositada pessoalmente pelo redactor da missiva ou por um emissário seu.
Ontem à noite o Grande Chefe Turmam consultou a caixa do correio para tirar publicidade não endereçada, pelo que a carta terá sido introduzida de madrugada ou de manhã cedo, antes de vir o carteiro.

Turmam deve dinheiro a várias pessoas mas desconfia do administrador do prédio, que vive no 2º andar. Hoje vai esperá-lo na entrada do prédio e vai inquiri-lo em tom agressivo.

Foi-se a ver e tinha sido um sobrinho da mulher de Turmam de 15 anos (irmão mais velho do afilhado dela) que tinha levado a mota às escondidas. O garoto ia de mota aos pinhais para ter assuntos com raparigas da idade dele e para fumar cigarros.

O Grande Chefe Turmam já foi a casa da cunhada buscar a motorizada e deu uma chapada no garoto.

Novos dados:
A esposa do Grande Chefe Turmam comentou a perda da mota. A frase passa-se a citar: "Ainda bem que a mota velha sumiu. Qualquer dia ainda tinhas um desastre."

Turmam ficou desconfiado. Teria a sua esposa vendido a mota às escondidas pela sua segurança e/ou algum dinheiro? A um stand não vendeu, que os documentos continuam na posse de Turmam.

Mas e se vendeu a um sucateiro? Turmam vai tentar descobrir, escondida nas gavetas da sua esposa, alguma factura de um ferro-velho.

Novos suspeitos:
Um dos meus vizinhos (não vou revelar nomes) disse que na loja do chinês vendem tudo, possivelmente até peças de mota. Esse vizinho chamou a atenção para a existência de comandos universais nessas lojas, que servem para vários tipos de TV, vídeos e aparelhagens, mas que talvez dêem, também, para abrir o portão garagem do prédio.

Novo dado:
Um dos vizinhos do 3º frente, de 17 anos, filho do dono da casa, disse a um colega que gostava de motas.

Acresce um dado que pode ter relevância:
O senhor do Círculo de Leitores esteve na quinta-feira à noite na casa do vizinho do 2º esquerdo.